Vivo nos anos 2000, uma geração
livre para desfrutar tantas conquistas. Mas, para ter conquistas é preciso lutar para
chegar a um lugar desejado. Normal. São apenas leis naturais que em algum
momento na vida, todos iremos passar. Quando enfim conquistamos aquilo
tão desejado, nos emocionamos, rimos, choramos, fazemos festas, chamamos os
amigos. Nada pode aniquilar a alegria do momento presente.
A geração atual é a festa de
comemoração das conquistas de uma população que no passado, sentiu na pele as
conseqüências de querer lutar pelos seus direitos. Ao decorrer dos anos, essas
“comemorações” foram se instalando no cotidiano dos brasileiros de forma
demasiada, ao ponto de não saber mais o seu significado.
Hoje não passamos de uma legião
de conformados e leigos em relação ao passado obscuro do nosso país, marcando a
existência da crueldade do ser humano na história do estado brasileiro. Estamos
ocupados demais consumindo, se alienando as margens da TV e viciando-se às
redes sociais.
No ano passado tivemos um intenso
debate sobre a formação da comissão da verdade, que atua como um investigador
dos crimes cometidos na tão temida Ditadura Militar. Com função, primeiramente
em investigar crimes de torturas, assassinatos e repressão à formação de
guerrilhas, cometidos durante o regime militar.
Com empatia, devemos passar uma
mensagem de conforto às famílias das vítimas que nem ao menos o corpo fora
encontrado. Deixemos transparecer a importância que essas pessoas simbolizam.
Pensar não de forma penosa, mas sim, heroica. Engrandecer a bravura de um povo
que não cumpriu com as leis ditatórias esmagadoras. Se orgulhar da massa
inconformada com o “não poder escolher o próprio líder”. Elogiar a insanidade
das pessoas que disseram não à ditadura, que se defenderam ao máximo com armas
que nem sabiam usar. Devemos hoje não comemorar, mas sim, transformar o sonho
conquistado hoje pelos nossos guerreiros valer a pena. Democracia vive!